segunda-feira, 23 de maio de 2011

A NECESSIDADE DE PREPARAÇÃO PROFISSIONAL DE TÉCNICOS E COMISSÃO TÉCNICA/ADMINISTRATIVA NO FUTEBOL FEMININO


Apesar da grande luta o futebol feminino no Brasil ainda é visto como uma modalidade amadora.
O esporte tenta se organizar e para que essa visão seja mudada torna-se fundamental uma qualificação profissional de técnicos, preparadores físicos, preparador de goleiros, auxiliares, demais membros de comissão técnica e areas administrativas.
São poucos profissionais que tem tato para trabalhar com futebol feminino. É necessário saber lidar com o sexo feminino não só na parte comportamental como também entender toda parte fisiológica, psicológica afins.O técnico(a) do futebol feminino precisa estar capacitado para entender e atender suas atletas:

Cabe às federações e à confederação (CBF) desenvolver cursos de qualificação para os profissionais da área técnica, bem como para profissionais de gestão e administração esportiva, à exemplo do que acontece hoje com a Confederação Brasileira de Basquete.
Escola de Treinadores de Basquetebol Promovida pela CBB, ação constante no Basquete Brasileiro:

Ações como esta fortalecerão o esporte e levarão a modalidade ao profissionalismo, sendo bom para os clubes, atletas e demais profissionais e também para a Seleção Brasileira e o futebol feminino.
De Branco na foto, Kleiton Lima e Edson Figueiredo, referência de técnico e preparador físico do futebol feminino

Falta de Gestão, Falta de Visão e o Machismo/Preconceito com as Mulheres da Bola.


Olá amigos, mais uma quinta-feira e mais um post sobre futebol feminino. Decidi reeditar um texto publicado no meu blog (ComentandonoEsporte) após o desenrolar da minha aula de Gestão Aplicada ao Esporte em que os temas Organização e Administração de clubes foram muito citados fazendo observarmos as oportunidades que o mercado de gestão apresenta e a falta de visão que há hoje no mercado.
Na terra da bola, país do futebol e de clubes (de futebol masculino) com investimentos e patrocínios astronômicos mais um time feminino encerra atividades pela falta de investimento (o clube em questão é o Palmeiras, que havia anunciado se fim em março deste ano após ter equipe montada às pressas para a disputa do campeonato internacional da cidade de São Paulo).
É triste, mas é a realidade brasileira! Essa falta de apoio ao futebol feminino reflete três problemas do esporte na terra de Garrincha, Leônidas da Silva, e muitos outros: A falta de gestão no esporte, a falta de visão e profissionais capacitados em marketing esportivo e o machismo/preconceito para com as mulheres da bola.
As mulheres ganham seu espaço? Sim, de fato! Porém o esporte praticado por mais de um milhão e quinhentas mil mulheres (só no Brasil) e admirado por outras milhões de pessoas de todos os sexos e idades ainda enfrentam uma enorme resistência e dificuldades.
Infelizmente o Futebol Feminino é “deixado de lado” pelos clubes, empresas e pela própria CBF. Aí entra o que foi dito anteriormente:
  • Falta de Gestão dos Clubes e Entidades Esportivas – falta de conhecimento que acaba sendo visto como deficiência de fazer um planejamento voltado para um futebol feminino com caráter social e de alto rendimento (estão diretamente ligados);
  • A Falta de Visão e falta de Profissionais de Marketing Esportivo Capacitados - que não sabem ou não gostam nem ao menos de pensar no que move suas mentes pouco brilhantes:o dinheiro, porque investir no futebol feminino é expor produtos e marcas à mulheres que, segundo estudo/pesquisa realizado pela empresa Sophia Mind as mulheres são responsáveis pelo consumo de U$20 trilhões por ano e são responsáveis também por 66% das decisões de compras realizadas pelas famílias. (Esse mercado não é altamente interessante???)
  • Machismo/preconceito com as "mulheres da bola" - pelas características poderíamos até, de certa forma, (considerando o esporte futebol como emprego e comparando o masculino com o feminino) alegar assédio moral, pois as empresas(clubes) expõe o futebol feminino a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas predominando condutas negativas e aéticas de gestões que não se importam com o "esporte feminino", mas ao mesmo tempo dá toda condição ao esporte masculino mesmo sabendo que os dois possuem "as mesmas" características e são práticas esportivas idênticas.
  • Se os clubes brasileiros e os 'profissionais' de gestão e marketing não concordam com estas colocações, então que façam o trabalho como se deve, dêem apoio ao futebol feminino em sua totalidade, criando condições dignas e fazendo um planejamento básico.
É inadmissível em um país onde o Futebol Masculino arrecada milhões e milhões anualmente para cada clube, que não se tenha a capacidade/vontade de investir poucos mil reais no Futebol Feminino, esporte de mulheres guerreiras e que são a base da sociedade: A família.
Todos sabemos que, se as mulheres não tivessem aberto mão de 'viver' para cuidar da família e apoiar incondicionalmente seus homens/maridos enquanto eles lutavam por seus ideais como empresas, clubes e esportes fortes muitos não teriam conseguido, então nada mais justo do que começar a apoiar estas guerreiras: As mulheres da bola.
A união dos clubes e a busca de especialização por parte dos profissionais do futebol são passos fundamentais para a profissionalização do esporte bem como para um melhor rendimento e retorno para clubes, atletas, federações e confederações.
Valdir Bardi - Preparador de goleiros