terça-feira, 12 de julho de 2011

Japonesas do futebol feminino são exemplo para o país


Jogadoras do Japão celebram gol na prorrogação que significou a vitória sobre a Alemanha e a classificação à final do Mundial Feminino. Foto: Getty Images Seleção feminina do Japão superou várias dificuldades e já está na semifinal do Mundial
Foto: Getty Images

As jogadoras da seleção japonesa feminina de futebol, conhecidas como "Nadeshiko", nome de uma flor, são uma das sensações do Mundial da Alemanha. Elas eliminaram a favorita Alemanha nas quartas de final e por pouco não desistiram da competição por causa do tsunami que atingiu seu país em março.
A tragédia, seguida da crise nuclear em Fukushima, foi um duro golpe para a equipe, que após dúvidas decidiu não abrir mão da participação na Copa do Mundo Feminina, ao contrário do que fez a seleção masculina ao desistir da participação como convidada da Copa América da Argentina.
Agora, os resultados estão aparecendo. As japonesas surpreenderam ao eliminarem as anfitriãs e grandes favoritas ao título. As alemãs foram derrotadas por 1 a 0, na prorrogação, e o próximo desafio das orientais será contra a forte Suécia nesta quarta-feira, em Frankfurt, em um jogo que vale a vaga na final.
O técnico do time japonês, Norio Sasaki, explicou ao longo do torneio que foi difícil chegar em boas condições para disputar a Copa e que o terremoto e o tsunami causaram prejuízos óbvios na preparação da equipe. "Em um primeiro momento pensamos que não poderíamos vir jogar na Alemanha. Houve reuniões sobre esse assunto, para ver o que faríamos, porque ocorreram vários problemas", disse o treinador durante a primeira fase, na qual o Japão terminou em segundo lugar do grupo B, superado apenas pela Inglaterra.
"As equipes japonesas normalmente treinam de noite, com luz artificial, mas houve vários cortes de energia no leste do país e muitas das atletas não puderam treinar", afirmou Sasaki, que, por outro lado, acredita que o fato aumentou a motivação das jogadoras, que querem fazer bonito nesta Copa do Mundo e vencer o torneio depois de superar "todo tipo de problema".
Como já fizeram os jovens rapazes da seleção japonesa Sub-17 no México, as meninas do Japão estão entrando em campo, em todos os jogos, com uma faixa de agradecimento ao mundo pela ajuda e pela solidariedade após o desastre. "Aos nossos amigos do mundo todo, obrigado pelo apoio", diz a mensagem que atravessa o gramado.
Durante a preparação para o torneio, a presidente do Comitê de Organização da Copa do Mundo Feminina da Alemanha, Steffi Jones, teve que suspender uma viagem ao Japão durante o "tour de boas-vindas" em que promoveu o torneio nos países participantes.
Steffi Jones só conseguiu viajar para Tóquio na última viagem poucas semanas antes do evento, quando agradeceu ao futebol japonês pelos esforços para participar do Mundial. "Estamos muito satisfeitos em poder vir finalmente ao Japão e mostrar com gestos concretos nosso apoio incondicional a toda a família futebolística deste país apenas três meses depois da terrível catástrofe", afirmou durante a visita.
A Fifa pretende organizar o primeiro grande torneio no país depois do incidente já em dezembro, com o Mundial de Clubes, no qual participarão o Santos, campeão da Libertadores da América, e o Barcelona, campeão da Liga dos Campeões, entre outros.

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